quarta-feira, 29 de julho de 2009

Nada será como antes, amanhã- parte I


Cavaleiros marginais. Nossa arma é a poesia!

Suco de aguardente...

Poemas ilegais na contra-mão.



Axé,Brasília!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Procura-se

"Vou suave, bebendo água na cuia." Volto djá!

domingo, 12 de julho de 2009

Resmungos sepultados no sofá sem espuma

'“Cada coisa em mim ardia”, ardia como ficção, como oferenda culinária de mãe, como rebanho entorpecido no temporal, como seios de viúva. Eu, do alto de meus trinta e sete anos de dentes alvos e bem cuidados, sentia o direito à covardia e à bem- aventurança de pizza fria de anteontem. Meu filho, de juventude insuportável, assumiria em breve os magros negócios da família e poderia então, comprar sua própria droga, dever seu próprio aluguel e produzir sentimentos legítimos em criaturas tão despreparadas quanto ele. A vida tem seu jeito de resolver as coisas, embora seja bestialmente humano, tenho momentos de lucidez, aceito a falta de coerência das desimportâncias. Numa ocasião tive o desejo de ser coveiro, de ser poderoso. Somente eu seria agente, o outro calado e inerte. Sempre. E desaguaria meus traços de vida em pessoas feito eu. Seguiria assim, acompanhando a dissolução da matéria humana, gradativamente menos interessante. Eu, um quase-ser, como tantos outros vagando por aí. Mas enquanto planejava o destino em silêncio, os acontecimentos fluíam. Abri a porta da cozinha pra ela e me fudi. Ela perguntou as horas e me ofereceu queijo. Não despertou em mim grandes sentimentos, mas seus peitos eram lindos. Me descontrolei e fiz um filho. Por cima eu perguntava “hoje começa nossa história?” Ela com seu gemido prateado, parecia prever, parecia saber. E riu. A partir de então passei a lamber nucas desconhecidas com a emoção de um herói, com a soberba da ereção. Minha nudez não mais faz corar, meus pêlos são ralos e minhas secreções libidinosas me dão a dimensão do indivíduo que sou. Fui obrigado a blefar seriamente.

sábado, 11 de julho de 2009

Ida


E tchau

E fica pronto

Monta/remonta

Mãe é pra essas coisas

Da organização ao ônibus sacolejante...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Conduzido ao sentimento amoroso-doentio

Catei umas moedas pela casa e conferi se com elas conseguiria pagar uma passagem, o dinheiro dava e ainda sobravam 40 centavos. Enlouqueci de ciúmes, não sabia com quem ela estava falando ao telefone de manhã cedo. Não parecia trabalho, ela estava com uma expressão de contentamento fora do normal, até sorrir a safada sorriu...

Filha da puta! Ficou lá mostrando os dentes conversando com sei lá quem, em pensar que lhe paguei as facetas de porcelana em quatro vezes no cartão de crédito e tive complicações no banco. Meu nome foi pro SPC e tudo e agora ela me apronta uma dessas?!?!

Esverdeado de ódio fui andando até a estação de metrô com o vento a bater na cara. Comprei um bilhete e esperei por uns 5 minutos até embarcar na viagem mais longa e angustiante de minha vida. Meu destino era a estação Arcoverde e ainda estava na central, um desespero e uma vontade inédita de gritar bem alto me vieram de súbito, fui ficando cada vez mais verde e para extravasar dei umas porradas na porta do vagão. As pessoas me olhavam com estranheza, queria matá-las!

Tentava ficar calmo, mas logo me vinha a idéia dela, da faceta, do cartão de crédito, do telefonema, do outro... As pessoas desciam em seus destinos e ficamos eu e apenas 9 pessoas dentro do vagão e uma delas era ela!! Era ela!!! Não acreditava naquilo, ela ali, sentadinha de cabelos lavados pronta pra me sacanear... Dei um berro e agarrei-a pelo pescoço sacudindo bem sua cabeça loira, ela, com cara de espanto sussurrava pra eu parar, obedeci e com os olhos lacrimejantes perguntei: “Por quê? Porque você está fazendo isso comigo?!”.

Desci ao mais baixo degrau da indignidade, continuava esverdeado... Ela disse não entender a cena e quando ao abrir das portas em mais uma estação, ela ameaçou sair, me embolei com minha amada e evitei sua esquiva, nos balançávamos enquanto as portas se fechavam. Ela, presa na porta, aos prantos, pedia pra que a tirasse dali, pois o anúncio de sua promoção no trabalho seria em meia hora e que seu chefe havia ligado para que não se atrasasse. Chorei agarrando-a com força e disse “te amo”.

Foi isso que aconteceu, seu delegado.


*Tá na revista "Não funciona" nº 18 do coletivo Poesia Maloqueirista (çumpaulo)

terça-feira, 7 de julho de 2009

FLIP Flop 2009

A Flip foi terrível pela política com a Arte Pública, mas foi bom pelas pessoas, pelas trocas. Enfim, depois falo mais.