quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Classificada

Fiquei entre as 5 finalistas do Concurso "Só escritoras", da nova editora criada por Marcelino Freire e outros caboclos, a Edith. Cinco livros escolhidos no meio de 70.
Mesmo não tendo ganho, tô feliz.

http://visiteedith.com/?p=1456

terça-feira, 26 de julho de 2011

De tempos em tempos

Enquanto escrevo mais um livro e uma dissertação de mestrado, dou uma paradinha estratégica por aqui. Vou postando coisas de tempos em tempos, pra tomar fôlego.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O tempo dessas pessoas


Dito mostrando e demonstrando a potência do coloral e dizendo que, ao arrancar o troço da árvore temos que dar preferência ao já murchinho e sequinho. Fica a dica!



Ela faz doces, salame, cachaça e ainda têm ânimo de falar, falar bastante. O impressionante nessas pessoas é o tempo. Imprimem um ritmo à vida muito particular, onde fica quase impossível imaginar a ansiedade ou qualquer outro sintoma esquizo se apoderando deles. Não há pressa e gasto de energia com coisas que não existem ainda, se plantei um abacateiro hoje, vou ter que esperar o troço se desenvolver a ponto de virar a vitamina de amanhã. Não cabem antecipações neuróticas e ponto. Claro que os cablocos têm problemas, não dá pra romantizá-los, mas essa calma e essa ausência de gastrite é de dar inveja.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Coisas que a gente não vê por aí

Depois de uma temporada curta no interiorrr de çumpaulo, conheci coisas que desconhecia (não,não é tão óbvio quanto pensa. rs). A camélia, p. exemplo, é uma flor resistente que dura até um mês desse jeito aí da foto, não tem caule e suas companheiras aguardam a vez em um botão tão resistente que nem o vento,nem o frio são capazes de abalar. Flower Power total.


Cebolinha ( pra quem só a conhece misturada na salsa da feira ou pelo gibi da Mônica).

terça-feira, 21 de junho de 2011

Copyfight e História e Culturas urbanas

O dia 28 desse mês terá dois eventos de peso.

Copyfight: "Mais do que um debate sobre guerra pelos direitos de cópia, Copyfight nos leva às trincheiras travadas em torno de um dos mais polêmicos monopólios assegurados pelo Estado: a propriedade privada sobre bens imateriais, hoje em xeque com a comunicação eletrônica em rede. A Internet é um dos palcos desta guerrilha informacional, mas não o único. A propriedade intelectual atravessa com violência as ruas das metrópoles nos confrontos corriqueiros entre policiais e ambulantes. E também possui desdobramentos críticos, como o caso das patentes de remédios em países subdesenvolvidos."

QUANDO: 28 de junho às 12h
ONDE: Sala Vianninha - Prédio da Escola de Comunicação da UFRJ - Praia Vermelha
DEBATEDORES CONFIRMADOS: Ivana Bentes (ECO-UFRJ); Maria dos Camelôs (MUCA - Movimento Unidos dos Camelôs); Allan Rocha e Pesquisadores do NEDAC (
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Direito, Artes e Políticas Culturais); Pedro Mendes (Universidade Nômade e Direito do Comum); Frederico Cardoso (Partido da Cultura); Tati Wells (CrieiTiveComo); APAFUNK (a confirmar); Núcleo Biolutas do PT (a confirmar) e mais...

História e Culturas Urbanas :
A hiperindividualização, a política e o espaço público
QUANDO: 28 de junho às 18hs
ONDE: Casa de Rui Barbosa - Sala de cursos


terça-feira, 24 de maio de 2011

Em Pilares - a série performática


Da observação do eu, que é um outro. Da construção de discursos escritos pelo fazer diário, pelas feijoadas e churrascos-clichê. Da descontração suburbana e da geografia. De muitas coisas nasceu a necessidade de um olhar crítico voltado para o "lugar", como definição antropológica, e para a desconstrução da ideia de subúrbio como região carente e incapaz de trocar valor, história, cultura, estética e outras tranças. São 27 anos de idade e de vivência na Tijuca, Riachuelo, Rocha e, claro, em Pilares. Nesse tempo percebi as idiossincrasias, as particularidades que fazem do Seu Jorge o verdureiro simpático da região e da Cida a cabeleireira falante, provinciana e um cadinho preconceituosa. Das leituras do cotidiano uma série performática se dará. Performers, dançarinos, escritores e músicos (que eu lembre) estarão por aqui, dialogando com as questões e com Seu Jorge. Quando? Esse mês ou o próximo, creio eu.
Em breve, maiores detalhes.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Rolê


Um dia de sol, desses de praia. 40º à sombra, uns 45º no asfalto quente. Desses de praia, desses que não se pode perder, quando se pode. Quando de férias, de bobeira, de resguardo, de sorvete na pracinha, de protetor solar. A praia como opção mais óbvia, a piscina dos amigos como opção mais viável. Sim, ao morar em Pilares ou em qualquer lugar de refugiados urbanos, as intenções se estendem em progressão, tal como o trajeto dos 2 ônibus, quiçá 3. Cruzar a fronteira da (sub) urbanidade exige tempo e espaço ou o espaço do tempo. Questões basilares da arte contemporânea. Mas voltemos ao reluzir do dia e suas possibilidades: Um puta sol. 45º no asfalto quente. Desses que não se pode perder. De resguardo. Em Pilares. Refugiada.
Vencidas as negações. Reafirmadas as inclinações quixotescas. 10:00 na Tijuca. Jet. Chapa vazada. Cara de inofensiva, de quem vai à feira e zela pela boa saúde. Incapazes de vandalizar. Mesmo! Eu e Ana, sem ofensas, só boas intenções. Locais previamente pensados em razão da mensagem. Site Specific. O lugar é crucial para a comunicação simbólica, política e artística. Relação dialógica anônima via signos e sinais sociais. Mulher e todo seu vasto universo remete à: Maternidade, salão de beleza, emergência pediátrica, motel, farmácia...? Uma mulher sangrando remete à: Menstruação, aborto desejado/ inesperado, morte, vida, comemoração, pranto, inconveniência, cheiro, desapego...?
Gestar uma idéia com as exigências de cada pequena etapa. Exibir um filho ao mundo, inserí-lo no cotidiano, tornando-o parte da vida das pessoas, romper a membrana imaginária do “público x privado” com as mãos um pouco frias e aderentes ao Jet. A adrenalina do descumprimento à proibição estúpida misturada à calma meticulosa de quem pensou estrategicamente o lugar e a mensagem. Na Tijuca, em direção à Vila Isabel, com um crime guardado na mochila e o processo de desapegar-se de algo que te usou como meio, mas que não é seu.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Processos integrados de desconstrução do isso.

Um, dois, respira. Isso, língua no céu da boca, dentes em contato e..., sim, uma arcada em desalinho, mas ainda são dentes. Vai,vai,vai... Puxe o ar lentamente, em profundidade e traz com ele o que for seu, ou o que julgar seu. Foi. Agora solte o ar... Não, narinas não. Pela boca, como se um alívio, como se um deságüe, vai jogando fora, foca bem, vai... Imagina um descarrego, um banho de mar. Tá, pode ser um banho de rio, de cachoeira, água gelada tocando a pele e pá, um lance, um calafrio, toda uma coisa (...), soltar o ar é jogar o lixo fora, é deixar ir. Vai, nêga! Continua no inspira- expira. Sente o corpo, comece a movimentar os braços. Agora os ombros, agora a cabeça, agora as pernas, agora os dedos do pé, agora tudo junto e (...). Agora pula e concentra e vai... Não perde o foco na respiração. Olhos fechados, sentindo o espaço, mergulha. Cuidado com os cantos da mesa à sua esquerda. Sem medo, um, dois, três respira si fu xi pá! Mais alto, bem mais alto, pulando e xingando. Puta que o pariu seu filha da puta do caralho vai se foder e ganhar mal a vida toda, ser explorado, sacaneado, mal comido! É... Aqui ó! Sim, claro, pode xingar mais. Sim, pode ser sua mãe. Wow! Perfeito! Agora imagine que está brigando num bar e dê socos imaginários no ar, alveje uma vítima e comece. Vai, um golpe de cada vez, cuidado para não apanhar. Respira! Segura! Cuspa na vítima! Vai, mais uma vez! Isso, um, dois, três, língua no céu da boca. Um, dos, três, peça desculpas e se arrependa. Vai, nêga!Trabalhando o perdão, a resignação. Pague a conta toda. No processo - no fluxo contínuo da vida (...). Abrindo os olhos devagar. Calma, pode chorar à vontade. Me abrace.

Bem, voltando aos dentes... Sabe que representam uma deficiência de baço? Sim – na medicina chinesa dentes representam a estrutura da pessoa e a forma com que ela digere, filtra as informações. Ó, fazendo uma análise sígnica rápida dos seus dentinhos, diria que você tem problemas com o mundo. E digo mais, tem prisão de ventre!Você tem apego demais às coisas e situações e tem a necessidade que te tratem como se fossem sua mãe ou pai. Você curte ser maternalizada e repete esse padrão com todos ou ao menos tenta (...). Querida, você é infantil. Como acertei? Ah, nêga, o corpo é um sistema integrado, orgânico. Se aqui não vai bem, desequilibra ali. Ninguém paga a conta sozinho. Ai, ai! Até segunda. Às oito.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Viva!


Aos meus dois ou três leitores agradeço a não-deferência e incentivos, críticos ou apenas afetivos. Veja bem, não quero dizer com isso que o afeto seja menor. Só quis dizer o que disse e nada mais. Voltando... agradeço de verdade! Desde o início do mestrado só escrevo coisas que não consigo terminar e quando escrevo, vem de uma vez só, sem maturar, sem o tesão das insônias-de-meio-de-semana, aquelas em que se passa toda uma madrugada em claro para completar uma frase e viajar nas possibilidades textuais. Mestrado, doutorado e laiás acadêmicos sugam mesmo. Sim, foi escolha. Sim, estou feliz com isso, mas sugam e sugam e mais uma vez...ai. Não só o tempo das tardes, mas o mental. Gosto de mergulhos, esse tem sido um.
Ouço coisas lindas e algumas cobrancinhas de retorno mais contundente, mais dedicação à uma das únicas coisas que faço razoavelmente bem. Só hoje, só verdadeiramente hoje, tive aquele estalo de renovação, vontade de escrever. O tesão inicial das paixões. Só hoje, lendo o Diário Rosa de Lóri, da Hilda (Hilst). É maravilhoso e me sinto como a menininha da foto-eu, borrando a cara toda de baton da mãe para dançar quadrilha com o Juquinha da 301 e depois tentar frear o amor infantil no colo do meu pai, comendo salsichão, torrado.

Do desejo

Dunas e cabras. E minha alma voltada
Para o fosco profundo da Tua Cara.
Passeio meu caminho de pedra, leite e pelo.
Sou isto: um alguém nada que te busca.
Um casco. Um cheiro. Esvazia-me de perguntas.
De roteiro. Que eu apenas suba.

#Hilda Hilst

segunda-feira, 28 de março de 2011

O tempo das coisas e vice versa


É muita coisa! Dias felizes e cheios de coisas com breves pausas pra dançar e rodar até tontear e e brincar com a perenidade das situações-limite assim sem vírgula no gerúndio-sendo.
Textos novos nascem de uma outra forma de escrita, vindos de uma outra forma de Rachel. É o tempo de uma coisa.


#Esboço de um stencil nascido de um verso. Em parceria com Ana Muniz.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Gostei.Postei

Escrevemos por dinheiro. Somos mercenários? Não vejo por quê. Um bancário iria passar oito horas no caixa, diariamente, só por idealismo ou para dar sua contribuição ao sistema financeiro? Um político se daria a todo aquele nhém-nhém-nhém somente por amor à pátria? Todo mundo trabalha por dinheiro: operários, camponeses, professores, balconistas, camelôs, enfermeiros, advogados, taxistas. O X da questão não é “não querer dinheiro”, porque de dinheiro todo mundo precisa. O X é: não fazer nada somente pelo dinheiro, porque isto roça pela prostituição; fazer a mesma coisa em circunstâncias em que não haja dinheiro envolvido; enobrecer e valorizar esse dinheiro. Sempre que eu ganho um dinheiro com um texto de cordel, por exemplo, eu me sinto na obrigação de reinvestir um pouco dele (e do meu tempo) no cordel, cuja existência me permitiu ganhá-lo.

Escrevemos por vaidade. Para ver nosso nome no jornal, nossa foto na revista, nossa entrevista na TV. Escrevemos para ser reconhecidos em público; “Olha lá... Aquele é Fulano de Tal. Pense num cara inteligente!”. Quem não gosta disso? Eu gosto, e muito. Não importa o nome que se dê: vaidade, orgulho, amor próprio, auto-estima. Todo mundo precisa, lá num porãozinho bem escuro e íntimo, justificar a própria existência diante de si mesmo. Todo mundo precisa dizer: “eu sou o cara que faz tal coisa, e faz bem”. Sem isso ninguém levanta da cama de manhã. Principalmente no inverno, e sabendo que a conta bancária está no vermelho. Escrevemos para podermos dizer: “Ora dane-se, eu sou o Raio da Silibrina, tão pensando o quê?!”

Escrevemos por missão. A missão nos é imposta de fora para dentro ou de cima para baixo, não importa. Nossa missão quem nos dá são os outros, e disso não tem como fugir. A vida é uma combinação de mares e de ventos levando nosso barquinho. Claro que temos velas e temos remos, mas, mandar no vento ou nas ondas? Nem pensar. Às vezes pensamos que nossa missão é uma coisa, e a vida nos dá outra, e é nessa outra que descobrimos melhor quem somos. É bom realizar os sonhos, mas é bom também sabermos que podemos realizar coisas com as quais não tínhamos sonhado. Às vezes é até melhor.

Escrevemos por prazer. Nelson Rodrigues dizia que sem sorte ninguém consegue sequer atravessar uma rua. Pois digo eu que sem prazer ninguém sequer conjuga um verbo. O prazer não é constante e contínuo. Escrever é cansativo, desgastante e muitas vezes é como atravessar um deserto. Mas se é o que você gosta de fazer, há sempre a possibilidade de na próxima página ou no próximo parágrafo as coisas se combinarem daquela forma que produz o prazer que buscamos. O prazer de fazer bem feito e de acreditar (pelo menos) que nunca na História do mundo alguém pensou a frase brilhante que a gente acabou de digitar. O prazer é sempre possível; basta apenas a gente esquecer o dinheiro, a vaidade, a missão, e não parar de escrever.


"Por que escrevemos"Por Bráulio Tavares publicado no site Cronopios