segunda-feira, 29 de março de 2010
Da série R/C
*Em tempo: Parte de um trabalho meu com a Cassia.
quinta-feira, 25 de março de 2010
Um dia
Encostada ao balcão sem grandes expectativas
Ó, é hambúrguer sem queijo. Moça, tem troco pra dez?Se for em moeda agradeço,viu?! Ah, pode trocar o tomate pela cebola? Prefiro... Dizem ser melhor pra circulação e tal. Não acredito em muita coisa, só em Sartre e nas cebolas... Sabe moça, crescer dói e não é só nos ossos que a coisa pega. É eu sei que você sabe. É só retórica, moça... É pra dar a falsa impressão de que o tempo tá passando rápido e a espera não ser tão angustiante, puxar assunto e blá. Adoro! Não posso ver ninguém calado, o tempo e o preço do feijão sempre rendem algum assunto. O quê? Não come feijão? E sua saúde? Bom, além de Sartre e as cebolas, tenho tentado acreditar no feijão também. Aos poucos vou adicionando importância às coisas e a vida vai ganhando sentido. Tá vendo essa tatuagem aqui, essa aqui ó... Então, pois é. Bonita né? São dizeres
terça-feira, 23 de março de 2010
Direito à Cidade
Realizado no Rio de Janeiro, o evento reúne milhares de pessoas e é um contraponto ao evento oficial das Nações Unidas
Foi aberto ontem, dia 22/04, o Fórum Social Urbano, no Rio de Janeiro. Após uma manifestação que aconteceu pela manhã em favor do direito à cidade – e que foi duramente reprimida pela polícia nas proximidades do fórum oficial das Nações Unidas – aconteceu a palestra que deu início ao evento.
Na mesa de abertura, importantes intelectuais ligados aos principais movimentos sociais urbanos. Foram convidados a urbanista Raquel Rolnik, relatora da ONU pelo direito à moradia digna e professora da FAU-USP, o norte-americano David Harvey, professor da Universidade de Columbia (EUA) e Erminia Maricato, também professora da FAU-USP. O professor Peter Marcuse, professor da Universidade de Columbia não conseguiu chegar a tempo por conta de um problema com o visto, mas enviou o texto que leria durante o evento.
Na íntegra: http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=2278&PHPSESSID=e0f67c3e36e67655f8e36dc026ed8584
domingo, 21 de março de 2010
A ciência da arte
Logo cedo 3 ônibus e uma garganta inflamada pela chuva e resquícios de boemia. Segunda-feira nas barcas, reunião para abertura do semestre na pós em Artes da UFF. Tossia tanto que a cabeça doía. Difícil manter a concentração no que quer que fosse, apreendi o máximo que pude entre goladas de cinco ou seis copinhos de café e uma estilhaçada no biscoitinho da cesta. O mestrado e suas exigências, passo a passo. Apresentações e regras de sobrevivência possível. “Isso assim assado até maio no máximo”; “Os prazos não são lá muito esticados”; “Temos uma exposição a ser feita. Quem participa?” ; “Já conhecem as revistas? Uma delas foi usada na seleção de doutorado da UERJ. Quem quer escrever nela?”; “Tchau e boa sorte!”
O primeiro dia daquilo tudo começava em tom de ameaça amistosa e coceira. Senti acolhimento, creio que minha pesquisa será bem feita, as intenções são as melhores e já tenho orientador escolhido. Mantive o foco na respiração e deixava o fluxo do pensamento seguir seu próprio ritmo frenético, não me ative. O espaço era de absorver o novo, de me estabilizar no que, nos próximos dois anos, tomaria parte da minha vida. Espaço e momento de olhar na cara de com quem a convivência se daria. Percebi que além de tudo, meu Modus operandi é de artista, minha intuição, meu jeito de pesquisar, de lidar. Estava no meio de alguns, tenho a quem pedir ajuda futuramente. Aquela insegurança de quem não sabe pra onde ir, de qual palavra escolher no momento da criação, no momento do poema, bateu. Por vezes queria ter a sensação de segurança de ter chegado a algum lugar. Paulo José diz que isso é pros idiotas, insegurança bem usada já fez maravilhas na arte e que nos dá a dimensão do humano.
Cambaleante na tosse percorri a trilha dos restaurantes baratos do Ingá. Almoçar, trocar meia dúzia de palavras de incentivo e boas-vindas com os convivas e assistir a aula inaugural da temporada: “Teoria das estranhezas”! Para além do nome intrigante, descobri um professor de nome igualmente esquisito e apaixonado pelo ofício da coisa. Um ser que propõe o estudo da etimologia do objeto, das palavras, e da palavra “objeto” e que, entre mil coisas, defende a idéia de serem alucinação e realidade, coisas iguais. Coisas que só se dissociam de acordo com o ponto de vista. Cada qual estranha de uma forma o protomorfo alheio. No dia seguinte, “Arte e sistemas semióticos” e a tarefa de apresentar um livro do Barthes para um homem que tem pós-doc em... Barthes! O homem é bem-humorado. O homem demonstrou preocupação com minha tosse. Não será tão terrível. Chove muito e teria mais uma aula na semana, precisaria de mais saúde. A tosse aumenta. Duzentas coisas para ler. Uma nova amiga me acompanha. Vou me desligando. O foco é conseguir chegar bem até as barcas. Assim, a mente em silêncio com barulho de ônibussexta-feira, 12 de março de 2010
Trem azul. Sol na cabeça
sexta-feira, 5 de março de 2010
Abra a porta, entre!
Pra celebrar uma música do Hurtmold...