Com uma quantidade indefinida de objetos na bolsa, saiu às ruas de sol amarelo pastoso. Nada ali era necessário e, ainda que um traço de lucidez e cifose o atormentasse, seguia o ritual com a religiosidade dos que só tem a si e aos gestos.
Homem de poucas palavras, de matizes cinza e gosto de fome ao meio-dia. Quarenta anos e dentes ruins. 50% do corpo comprometido. Três amantes ordinárias e o medo de comprometer-se para além dos sábados. Restavam-lhe os caramelos e os objetos. Atravessou a rua olhando os próprios pés, um-dois, um-dois. O sentido se esvaindo. A padronagem sempre a mesma.
(... Continua...)
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