sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Poesia pura
Uma versão da Cibelle para um poema musicado do Tom waits,tudo muito lindo demais!!! Prometo publicar a letra um dia.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Uma carta,um tchau
Fui à praia e você não percebeu. A depilação com cera africana, a esfoliação, a pele hidratada, o novo corte de cabelo, a marca de biquíni cuidadosamente cultivada em horas infindáveis de exposição às radiações solares e cancerígenas... Nada, absolutamente nada adiantou. Fiz brigadeiro branco com creme de damasco e calda de avelã, que você adora e, sempre quando faço, come feito um porco. Limpei o azulejo do banheiro pra você nunca mais escorregar no banho, joguei as calcinhas velhas fora e comprei novas, alimentei o cachorro e molhei as plantas. O que mais você quer? Você não tem me notado e não me escuta mais. Preciso relaxar, preciso de outra vida! Preciso ver um filme do Jim Jarmusch. Não fumo, mas vou lá embaixo comprar cigarros. Talvez eu volte.
PELA MADRUGADA(por Gustavo Carmo)
Os ratos serpenteavam pelo meio-fio. Baratas passeavam pelos bueiros. Os pardais piscavam ávidos para multarem motoristas que avançassem o sinal. Os meninos de rua cheiravam cola sem cerimônia. Um deles desfilava com a sua pistola prateada como um vampiro sedento pelo sangue de suas vítimas, especialmente motoristas de carros de luxo.
Dona Marta e Regina caminhavam pela rua do subúrbio, sem medo de tudo isso. Pareciam protegidas, pois ninguém as ameaçava. Só um velho tarado parou na sua frente, abriu o sobretudo que o cobria e exibiu o seu pênis longo e flácido. Elas nem se importaram. O malandro com a canivete escondida, que perguntou para onde elas iam, foi ignorado e não reagiu.
As duas mulheres não se assustaram nem com o camburão da polícia correndo na contramão da rua e com o tiroteio que começou a pipocar minutos depois. Continuavam observando a cena na alta madrugada: a dupla de travestis que fazia ponto na rua, o barrigudo careca caído bêbado na calçada, o grupo de jovens voltando da noite às gargalhadas, a prostituta se deixando possuir pelo cliente e os primeiros trabalhadores no ponto de ônibus. A lua começava a perder força com o azul marinho do céu.
Tudo o que Regina queria era comprar a primeira fornada do pão que saía às cinco da manhã na padaria do bairro. Reconstituindo um momento que viveu aos sete anos, quando a sua mãe, Dona Marta, a levou para esperar o pão sair quentinho.
Naquela época, o estabelecimento era mais simples e a cidade mais calma, sem pardais, menores armados e tiroteios. Mas já tinha drogas, sexo, bêbados, malandros e tarados. Trinta e cinco anos depois, Dona Marta, já uma frágil anciã, levava a filha para atender um pedido nostálgico, que poderia ser o último, pois Regina já fora desenganada pelos médicos que diagnosticaram um tumor cerebral.
Dona Marta e Regina caminhavam pela rua do subúrbio, sem medo de tudo isso. Pareciam protegidas, pois ninguém as ameaçava. Só um velho tarado parou na sua frente, abriu o sobretudo que o cobria e exibiu o seu pênis longo e flácido. Elas nem se importaram. O malandro com a canivete escondida, que perguntou para onde elas iam, foi ignorado e não reagiu.
As duas mulheres não se assustaram nem com o camburão da polícia correndo na contramão da rua e com o tiroteio que começou a pipocar minutos depois. Continuavam observando a cena na alta madrugada: a dupla de travestis que fazia ponto na rua, o barrigudo careca caído bêbado na calçada, o grupo de jovens voltando da noite às gargalhadas, a prostituta se deixando possuir pelo cliente e os primeiros trabalhadores no ponto de ônibus. A lua começava a perder força com o azul marinho do céu.
Tudo o que Regina queria era comprar a primeira fornada do pão que saía às cinco da manhã na padaria do bairro. Reconstituindo um momento que viveu aos sete anos, quando a sua mãe, Dona Marta, a levou para esperar o pão sair quentinho.
Naquela época, o estabelecimento era mais simples e a cidade mais calma, sem pardais, menores armados e tiroteios. Mas já tinha drogas, sexo, bêbados, malandros e tarados. Trinta e cinco anos depois, Dona Marta, já uma frágil anciã, levava a filha para atender um pedido nostálgico, que poderia ser o último, pois Regina já fora desenganada pelos médicos que diagnosticaram um tumor cerebral.
Na janela, ela espera a água descer
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Pode entrar,a porta está aberta...
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Personagens do meu carnaval
Meu carnaval
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Texto inacabado e ainda sem título
Acordou com o barulho. Ainda Sonada,coçou os olhos e se espreguiçou lentamente, como se assim,despertasse cada músculo de seu diminuto corpo. Levantou,olhou em volta... Estava na rua,mais precisamente numa calçada demarcada por sujeira e urina.
Sentiu-se desconfortável,apertou o passo, tratou de andar mais rápido mas o cheiro de calçada estava entranhado. Dobrou a esquina,algumas pessoas pulavam felizes e atiravam confetes umas nas outras.
Portando uma dor no joelho esquerdo e uma incompreensão latente das coisas,seguiu andando... queria ir pra casa mas não sabia onde era.
Sentiu-se desconfortável,apertou o passo, tratou de andar mais rápido mas o cheiro de calçada estava entranhado. Dobrou a esquina,algumas pessoas pulavam felizes e atiravam confetes umas nas outras.
Portando uma dor no joelho esquerdo e uma incompreensão latente das coisas,seguiu andando... queria ir pra casa mas não sabia onde era.
O Carnaval
Nessa semana,onde o ano realmente começa,pois mais um carnaval já passou,vou postar algumas coisas sobre ele,sim,por aqui ele ainda reina...rs
Assinar:
Postagens (Atom)