domingo, 29 de junho de 2008

Um dia

Abriu a sacola do mercado que havia esquecido há 3 dias sobre o sofá rasgado da sala. A espuma verde do estofado velho, a sacola plástica, o líquido de carne apodrecida se espalhando pelas coisas. Revirou a sacola, tirou uma lata de não sei o quê, cinco quilos de arroz num saco bege, um real de pão e a carne. Levou-a pingando até a cozinha, atravessou o corredor de casa deixando uma trilha fétida e viscosa de morte. A barriga roncava à fome e ressaca. Jogou o saco da carne na pia, rasgou, abriu a torneira e deixou a água escorrer. O vermelho se misturando, se diluindo, o cheiro se esvaindo aos poucos, a barriga ainda roncando, a cabeça latejando a cerveja de ontem, os olhos e a boca ressecados, a água descendo... Pegou a frigideira dentro do armário, jogou meia lata de óleo, testou as quatro bocas do fogão, acendeu a única que funcionava, pegou parte da carne, jogou sal e fritou. Mastigou a seco e foi para seu quarto mudar de roupa. Se arrumou atrasado pro trabalho. Rasgou fotografias. Esqueceu de escovar os dentes. Tudo na mesma manhã em que soube ter nascido de cesariana.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Moska e Negro Mendes


Amigos, nesse mês tem Moska e Negro Mendes, um grupo de música afro- peruana. De graça, no Sesc- Tijuca! Clique na figura pra verem mió...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Um texto do livro

Latente precipício das deformidades do íntimo



O dia era novo. A loucura era a mesma. À fresta de seu quarto iniciava um dia ensolarado e radiante, daqueles com ar de balneário nas férias de janeiro. Seus olhos remelentos pediam penumbra, fechou as cortinas com um semblante de homem das cavernas. Fez seu desjejum com o vinho mais caro de sua adega particular, sorveu a própria melancolia em goladas vermelho-bordeaux. Ouviu o vendedor de pão-doce berrando iguarias matinais, fez-lhe ameaças em silêncio, entre sussurros e resmungos e movimentou-se vagamente de um lado a outro, numa gagueira gestual. Os filhos se arrumando pra escola, ele pensando no próximo passo...

Desempregado que era bocejou um cansaço e uma expressão de pânico. Abriu a gaveta e tirou seu revólver, sentiu um vazio maior que o comum, o resto do dia a ser preenchido, a arma reluzindo magnética... Mirou, mirou e deu um tiro no pé. Sentou no sofá da sala e deu-se a um assobio de melodia dissonante, ficou parado, olhando a dor, sentindo as pausas. Alguém gritou “bom-dia”, o filho mais velho ofereceu ajuda, ele pediu mais vinho, o pé jorrando viscoso...




Se quiser mais: www.editoramultifoco.com.br

domingo, 22 de junho de 2008

Moska




Dia 26/6 a partir de 17 horas tem mais um Amostra grátis e Workshow com Moska e Negro Mendes. Onde? Rua Barão de Mesquita, 539 no SESC- Tijuca.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Filé de Peixe


Para quem puder ir! Vai valer a pena!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Flyer

Conforme o prometido, cá está! Compareçam que serão mui bem recebidos, viu?!

domingo, 15 de junho de 2008

Lançamento( 21 de junho)

Amigos, dia 21 será o lançamento de meu livro de contos. Estão todos convidados e assim que tiver o Flyer digital posto aqui. anotem o endereço: Mem de Sá, 126 - Lapa às 20 horas de um sábado. Não tem desculpa, hein!rs
Ah, as atrações:

Música: Mariana Benjamin & Trio (MPB)
Exposição: Tahian Bhering ( Pintor / Artista Plástico)

sábado, 14 de junho de 2008

Já escolheu o seu?



Trailer Personal Che


Trailer do filme Personal Che, sobre os mitos em torno de Ernesto Che Guevara, dirigido e produzido pelo brasileiro Douglas Duarte e a colombiana Adriana Mariño.



sábado, 7 de junho de 2008

Hamlet

"Se não for agora, não será depois. Se não for depois,tem que ser agora. Se não for agora, será em um momento qualquer. Estar pronto é tudo. "

Contas vencidas


Desejo um dia de sol com céu claro de queimar bochechas. Uma sala com piano. Um caboclo disposto a tocá-lo por um baixo custo. Uma massagem nos pés. Tenho calos enormes! Não posso usar tênis e a calista me cobra o dobro do preço. a calvície se aproxima atroz, não tenho vontade de tratá-la, não quero olhar no espelho, não quero vestir uma roupa e sair daqui. Se ao menos tivesse água no chuveiro...



#Essa foto peguei num site de um fotógrafo e não lembro onde e nem o nome. Juro que procuro e dou os créditos. Nada de processos!rs

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Maio de 68- O livro!


Maio de 68

Na voz de seus protagonistas

A Azougue Editorial dá prosseguimento à coleção Encontros com a publicação comemorativa dos 40 anos de Maio de 68. O livro dá voz através de entrevistas e depoimentos a alguns responsáveis pelos principais movimentos e pensamentos da contracultura no final da década de 1960. Marcuse, Sartre, Daniel Cohn-Bendit, Adorno, Lefebvre, Edgar Morin, Peter Coyote e Timothy Leary são alguns dos entrevistados ao calor da época.

Organizada por Sérgio Cohn e Heyk Pimenta, a edição nos possibilita entender melhor alguns grupos como os Diggers, os Situacionistas e os Provos. E perceber que muitas garantias constitucionais e muitos direitos individuais e coletivos que surgiram naquele que foi um dos mais importantes períodos do século XX.

Coleção Encontros: a arte da entrevista

A Coleção Encontros visa resgatar a entrevista como meio privilegiado de comunicação: valendo-se de uma linguagem informal e abordando questões imediatas, torna-se um espaço estratégico para a atuação de intelectuais e artistas na criação de um mundo múltiplo, solidário e sustentável.

Em cada volume da Coleção Encontros trazemos um olhar abrangente sobre o tema, com uma seleção criteriosa de depoimentos de diversos momentos e contextos de sua trajetória.

Sobre os autores

Daniel Cohn-Bendit foi líder do movimento estudantil 22 de Março, que daria início ao que ficou conhecido como Maio de 68. Em 1987 publica Nós que amávamos tanto a revolução. Atualmente é deputado no parlamento europeu no partido verde na Alemanha.

Jean-Paul Sartre, o mais importante dos filósofos existencialistas. Em 1938 escreve A Náusea, em 1943 escreve O ser e o nada. Em 1964 recusa o Prêmio Nobel de Literatura. Participa do jornal libertário Libèrtacion em 1973. Morre em 1980 em Paris.

Edgar Morin foi um dos primeiros pensadores a escrever sobre Maio de 68, em A Brecha. É sociólogo, antropólogo, historiador e filósofo, polêmico, é considerado um dos maiores intelectuais contemporâneos.

Maurice Joyeux militante e pensador marcante para o anarquismo francês.Serralheiro, desde cedo militante sindicalista e libertário, editor da revista libertária La Rue. Autor de A anarquia e a revolta da juventude de 1970 e Anarquismo e surrealismo de 1988.

Henri Lefebvre filósofo marxista e sociólogo francês. Teve entre seus temas a comunicação e o espaço urbano, foi grande critico do estruturalismo. Escreve em 1969 O direito à cidade e em 1970 A revolução urbana.

Roel van Duyn, inspirado pelo anarquismo, pelo Dadaísmo, por Herbert Marcuse e pelo Marquês de Sade, logo se tornou a maior força dos Provos. Foi precursor na luta pela quebra de monopólio da informática e pelo computador pessoal.

Rudi Dutschke defendeu a necessidade de trazer a guerrilha urbana às metrópoles da Europa. Em abril de 1968, foi baleado na cabeça, por um operário de extrema direita. Em 1974, publica sua dissertação sobre Lukács. Engaja-se pelo Partido Verde. Morre aos trinta e nove anos, em 1979, em conseqüências das seqüelas do atentado.

Herbert Marcuse, um dos expoentes da Escola de Frankfurt, radicado nos Estados Unidos, por causa da segunda grande guerra. Sua obras Eros e civilização, de 1955, e em O homem unidimensional, de 1964, fizeram eco aos movimentos estudantis dos anos 1960.

Theodor Adorno, filósofo e sociólogo alemão, um dos críticos mais ácidos dos modernos meios de comunicação de massa. Em 1947 escreve Dialética do iluminismo, ao lado de Horkheimer, e

Mínima Moralia em 1957.

Alan Watts, filósofo e escritor. Um estudante da religião comparativa. Importante intérprete e um popularizador de filosofias asiáticas no Ocidente. Em 1973 publica do Brasil A Sabedoria da

Insegurança.

Allen Ginsberg, poeta, autor do poema Uivo, que inaugura o que ficaria conhecido como geração beat, em 1955 na Six Gallery em San Francisco. É figura-chave nos protestos contra a guerra do Vietnã e pelas liberdades sexuais. Em 1987 Publica no Brasil A queda da América, poemas.

Gary Syder, inspirador e central figura da geração Beat e da contracultura americana, precursor da consciência ecológica e a valorização das culturas orientais e nativo-americanas. Em 2005 publica no Brasil Re-habitar, Azougue Editorial, ensaios e poemas.

Timothy Leary, um dos ideólogos da contracultura. Foi também um dos maiores entusiastas da revolução cibernética. É autor de The Psychedelic Experience, 1966, The Politics of Ecstasy, 1967 e Flashbacks, 1989.

Barry Milles, escritor, foi editor da IT - International Times, revista contracultural inglesa. Dono da galeria Indica, ponto de encontro dos artistas e ativistas de Londres. Escreveu biografias dos Beatles e de Willian Burroughs e foi co-autor da auto-biografia de Paul McCartney, Many years from now.

Peter Berg, dramaturgo norte-americano, foi membro dos Diggers.

Peter Coyote, ator norte-americano, foi membro da Trupe de Mímica de São Francisco e dos Diggers. Atuou em filmes de Roman Polanski, Pedro Almodóvar e Walter Salles, entre outros.

Abbie Hoffman, ativista e pensador fundamental na constituição do partido do International da juventude (Yippie) e da contracultura dos Estados Unidos. Foi preso e perseguido. Permaneceu

como procurado da lei até os anos oitenta, usando o nome falso de Barry Freed.


Maio de 68

Organização: Sergio Cohn e Heyk Pimenta

Ed. Azougue Editorial

288 páginas

terça-feira, 3 de junho de 2008

antropológico




é interessante, juro! Ainda que "interessante" seja um conceito e como tal, seja relativo...rsrs