sábado, 26 de julho de 2008

Não só, como também...


Um cheiro de conta não paga, um jeito de dívida, daquelas de mais de 15 dias de vencimento. Senti prazer em ser politicamente incorreta, tudo fazia o maior sentido, os buracos no teto, a sensação da facada no peito provocada por algo muito mais ferino que uma simples facada no peito, as risadas fora de hora, os orgasmos múltiplos, a puta triste à espera de coito remunerado, o Vasco levar mais um vice, o tesão pelo amigo gay, tudo, absolutamente tudo fazia o maior sentido. Quadrados, por que quadrados e não redondos?Por que assim se assado?Qual a dificuldade nisso além da própria dificuldade?Por que ser, se não foi e se fosse não teria sido?Por quê?Por quê?Por quê?Não há cura para o que não arde.

Deixa doer!Deixa sangrar!Quero veias abertas, arreganhadas, jorrando vermelho visceral. Quase esvaindo. Quase caindo. Quando mais alto melhor!Só se for agora!Tem coragem?Duvido!Então mostra! Tem pau pra mim?É, você, psiu... Tem pau pra mim?

Até saberia se o que soubesse não fosse tão velho e se as dúvidas não fossem tão certezas.

Toda forma de dor vale à pena. Pise pés cruéis em toda minha idiotice. Pise pisando, mesmo!Sem medos ou firulas, espalhando imbecilidade de modo que se forme uma grande bolha à minha volta e eu possa, então, respirar toda boçalidade que me é de direito.

Veneno doce, quero lamber!


*Tá no livro e, até que eu mude de idéia, é a 3ª e última coisa que posto dele por aqui.



2 comentários:

Isaac Frederico disse...

fero vendaval, uma catarse cheia de ritmo e referências bem-colocadas.
senti falta de tipo, "só a catarse? em que contexto ela surgiu?" mas a sonoridade, o embalo da coisa tá lindo.

Felipe Malta disse...

Maravilha!
"Se as dúvidas não fossem tão certezas." Adorei isso.