sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Golpes intratáveis de realidade absurda
Meus dois gatos morreram de asfixia enquanto eu tentava, inutilmente, tirar o esmalte envelhecido das unhas roídas. Era um dia de sol claro. Chá de maçã pra acalmar o fígado. Jaco Pastorius e Toni Williams em dueto na vitrola. Sim, vitrola! Não sei quantas rotações por minuto, discão preto e tal... Uma lágrima descendo, duas lágrimas descendo, três lágrimas descendo... O vazio estranho das manhãs que sempre chegam. Mais uma lágrima descendo e a conta de luz no portão de sobre- aviso, no terceiro atraso cortam. O pé pra esquerda, outro pra direita e eu já dançando a indolência pra fora. Fui bailarina aos três. Sapatilha de ponta e unha encravada! Meus maus hábitos, minha depressão matinal, minha promiscuidade, meus gatos estendidos sob o assoalho, embolados na cortina de tule branco. Alguma coisa tinha que ser feita.
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6 comentários:
cara.
como texto. vi algumas vírgulas muito inteligentes, de colocação nova. gosto disso.
é bom sempre imaginar essa coisa da solidão que alguns desses seus textos recentes trazem, sempre umsa coisa entre o cômico e o nojento, num ambiente de tristeza. curioso isso tbm, né?
EU gosto. vou ler de novo.
E tÔ de volta, se segura.
Um que trsite guria...gato morto num é coisa de Deus não...
:(
Bem-vindo de volta Heyk!
Roger, seu comentário me fez rir. Obrigada!rs
Excelente texto... proporciana possíveis interpretações.
O almoço! É isso que tem que ser feito, claro!
Haha, ótimo, Raquel. Solitário, deprê e carregado, ao mesmo tempo, de um "foda-se" meio natural, meio de vida calejada.
Bom, como sempre.
gatos estúpidos!
;) rsrsrsrsrsrsrs
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