sábado, 9 de agosto de 2008

A filha do coveiro

Tripas em cólicas. Seis da tarde de um dia ruim. Seios latejando menstruação. Irritação. Um gole de refresco de caju. Batatinha chips. Outra batatinha chips... Dois reais na carteira, um dente de alho no bolso e um ônibus cheio. Um pedaço de canção na memória. Laiá, laiá! Inglês de merda. Segundo grau nas coxas. Um filho de 10, outro de 2. Meia dúzia de foda urgente. Qual seu nome, mesmo?! Churrasco num quintal de subúrbio. Carne de segunda e cerveja grátis. “Se for pra morrer, que seja de amor! Língua pra fora e coração na mão” Aceita? Um candidato. Contas penduradas no mercadinho de bairro. Um inferno de boas intenções. Um girassol da cor do seu sorriso. Dor nos quartos. Um trago de charuto pro santo descer. Calcinhas sem elástico. Risada frouxa. Alma estriada. Filho perdido nas lojas americanas. Mulher moldada à rio, de ombros curvados pra vida passar mansa.

6 comentários:

Anônimo disse...

dava um filme!! gostei.

Heyk disse...

Um poema tbm.
Rachel, essa história do filme não é de se jogar fora, não.
Engraçado como um cmonte de lugar comum aí ficaram tão bem resolvidos e legais. Né. Viva. Cara, que coisa, acho que a coisa tá se demarcando. vai funcionar, cara.

dade amorim disse...

Quando eu falava de roteiro de cinema você não acreditava ;o)
Beijo, menina.

Rachel Souza disse...

Olha só! Caboclada insistindo em cinema!rs Pois bem, vou catar um poema que escrevi com essa pretensão e posto por aqui. A idéia era um curta de 15 minutos sobre movimentos, foi uma viagem que tive com um amigo cineasta/filósofo/goleiro que ainda não deu pé mas quem sabe um dia?
Ahhh, já ia esquecendo: Obrigada gente!!!!
Beijo,Beijo!

Felipe Malta disse...

Kkkk!!
Tu tá foda!

Victor Meira disse...

É legal, parece muito mais uma maçaroca de notas sobre a construção de uma personagem do que uma narrativa em si. Cinematograficamente promete potencial. Isso tudo transformado em cenas com cortes secos e rápidos daria uma boa vinheta. Talvez a introdução pra um curta.

É uma personagem socada num bloquinho pequeno de texto. Um conto-vinheta, sei lá.

Gosto da personagem, não gosto da pessoa que ela é. Viva!

Bêjo!