É crua a vida. Alça de tripa e metal.
Nela despenco: pedra mórula ferida.
É crua e dura a vida. Como um naco de víbora.
Como-a no livor da língua
Tinta, lavo-te os antebraços, Vida, lavo-me
No estreito-pouco
Do meu corpo, lavo as vigas dos ossos, minha vida
Tua unha plúmbea, meu casaco rosso.
E perambulamos de coturno pela rua
Rubras, góticas, altas de corpo e copos.
A vida é crua. Faminta como o bico dos corvos.
E pode ser tão generosa e mítica: arroio, lágrima
Olho d’água, bebida. A vida é líquida.
*Além de gostar muito dos versos dessa senhora, esses, em especial, me dizem muito no momento.
domingo, 4 de maio de 2008
Alcoólicas (Hilda Hilst)
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4 comentários:
Muito forte. Gostei.
bom recorte!
bem resolvido pra caramba o poema, né?
Oi, Rachel
O teu texto tem afinidades com o dela. Gostei também.
Beijos.
Sylvia
Pra todo lado que eu olho, só vejo Hilda.
Gostei.
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