sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Encostada ao balcão sem grandes expectativas

Ó, é hambúrguer sem queijo. Moça, tem troco pra dez?Se for em moeda agradeço,viu?! Ah, pode trocar o tomate pela cebola? Prefiro... Dizem ser melhor pra circulação e tal. Não acredito em muita coisa, só em Sartre e nas cebolas... Sabe moça, crescer dói e não é só nos ossos que a coisa pega. É eu sei que você sabe. É só retórica, moça... É pra dar a falsa impressão de que o tempo tá passando rápido e a espera não ser tão angustiante, puxar assunto e blá. Adoro! Não posso ver ninguém calado, o tempo e o preço do feijão sempre rendem algum assunto. O quê? Não come feijão? E sua saúde? Bom, além de Sartre e as cebolas, tenho tentado acreditar no feijão também. Aos poucos vou adicionando importância às coisas e a vida vai ganhando sentido. Tá vendo essa tatuagem aqui, essa aqui ó... Então, pois é. Bonita né? São dizeres em sânscrito. Nem sei o que significa, cada semana invento uma tradução pra ela. Já comi muita gente com essa história! Tá rindo? É verdade! Sou mulher, tenho que ter esses truques pô, já que não uso maquiagem. Ahh, que isso!Simpática eu? Tem que me ver de bom humor... Não tô bem hoje. Acordei, tomei um calmante, um gole de suco de caixinha e vim pra cá almoçar. Moro só e não tem nada na geladeira com menos de dois meses. Fiquei com medo. Isso, isso, sem queijo!

7 comentários:

Anônimo disse...

Isso tudo aconteceu enquanto preparava um hambúrguer sem queijo.

Anônimo disse...

Nossa...imaginei a cena toda na minha cabeça...quem nunca passou por um dia desses, onde a garçonete, ou um mero vizinho de mesa vira seu melhor amigo? E a pessoa tagarela sem aparar...aiai!


Mas, vou te dizer, prefiro com queijo*, e no momento, um francês!!! Hehehehe..

Beijos no seu coraçao, querida!

Vinicius Longo disse...

É esse é o presente de todo dia, um fluxo de informções constantes e sem parar, me faz lembrar China:

"Sonhei que falava em inglês, hoje já não sei mais..."
:P

Anônimo disse...

Hahaha... tb imaginei a cena toda na cabeça... acho q no Rio é muito comum esse tipo de situação... vc foi muito feliz com o tema!!!!!!!
Tb prefiro com queijo... e com mostarda!!!!!
Ah, só pra ficar registrado, nem todo mundo faz tattoo pra comer gente hein...rsrsrsss...
Ficou ótimo

Victor Meira disse...

É, acho que nem deu muita bola... a moça é meio frígida.. O jeito é mudar um pouco o papo, tirar essa história de cebola e feijão... fala de menta, pimenta, café, alcaçuz e chá verde. É chabí, mas nunca deixou de funcionar. Aí tempera com um papo sobre herbes-dans-la-province, pra introduzir o sânscrito da tatuagem. Hm... que mais? Ah sim! A coisa do calmante é meio péssima. É nessa parte que eu desencanaria e empurraria o seu lanche.

Tezão de conto, Rachel.

Rachel Souza disse...

Monê!! Como vai a vida na frança?
victor, a "moça" não é uma possível presa.rs É só uma ouvinte. Mas gostei da interpretação!

Fabrício Brandão disse...

Gosto dessas passagens onde a voz do outro fica subentendida. Sugestão representa muito num texto, penso. Bacana mesmo a idéia de um tudo caber num átimo de vida!!

Beijos, querida!