segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Rilke

"De tanto olhar as grades seu olhar
esmoreceu e nada mais aferra.
Como se houvesse só grades na terra:
grades, apenas grades para olhar.

A onda andante e flexível do seu vulto
em círculos concêntricos decresce,
dança de força em torno a um ponto oculto
no qual um grande impulso se arrefece.

De vez em quando o fecho da pupila
se abre em silêncio. Uma imagem, então,
na tensa paz dos músculos se instila
para morrer no coração."

2 comentários:

sabina anzuategui disse...

Poesia tem me feito bem nos últimos dias.

Vinicius Longo disse...

Que bunitinho esse final...
Podia ser um refrão de uma música, viu?