Casei há pouco, você sabe?! Coisa linda, bolo de noiva de3 metros, dois bonequinhos por cima dele simbolizando a união e tudo... Chorei tanto, borrei a maquiagem toda. Horrível, parecia um travesti e não deixei que tirassem foto minha, mas o noivo tá lá do lado do padre. Te mando uma foto dele. É estranho, as coisas mudam na velocidade do pensamento. Depois do casório passei a ler Walt Whitman e confesso que não entendo muita coisa, mas sempre choro, aquilo me toca, sempre quis ser motivo de um poema, me entristece saber que não serei. A louça do café sou eu que lavo, assim como a do almoço e a do jantar, aqui se come bem... Minha vida de casada me surpreendeu, nada demais, nada de espetacular. Moro numa casa escura onde o matagal se adensa à medida em que você se dirige à campanhia, as pessoas têm medo e eu também. Meu marido agora dorme, dorme sem sono, dorme porque lhe falta algo. Tenho pensado em ir embora...
É desesperador, nessa situação, ser o leitor "querido" do título. Que que eu tenho a ver com isso?
Casamento é isso, né? É viver eternamente a sombra da possibilidade do que aconteceria se o matrimônio fosse desfeito, não é?
Há de se aceitar a convivência com o fantastma, ou dá-lo, finalmente, ouvidos. E torcer pra que o fantasma não seja um sátiro. Porquê se for, vai continuar companheiro, sombreando-te: "o que haveria sido de mim se eu tivesse permanecido casada?".
O poeta americano pode não te encher a alma. Mas uns franceses talvez o possam. Uns alemães, uns judeus. Uns brasileiros.
7 comentários:
O casamento...???
Pega as coisas e vai.
Ou melhor, não pega nada. Simplesmente vai.
Gostei Rachel
Beijo
oi, rachel. continuo lendo o blog mas ando meio distraída, preguiçosa para comentar. gostei muito desse. beijos!
Uma escolha de sofia... ótimo conto.
É desesperador, nessa situação, ser o leitor "querido" do título. Que que eu tenho a ver com isso?
Casamento é isso, né? É viver eternamente a sombra da possibilidade do que aconteceria se o matrimônio fosse desfeito, não é?
Há de se aceitar a convivência com o fantastma, ou dá-lo, finalmente, ouvidos. E torcer pra que o fantasma não seja um sátiro. Porquê se for, vai continuar companheiro, sombreando-te: "o que haveria sido de mim se eu tivesse permanecido casada?".
O poeta americano pode não te encher a alma. Mas uns franceses talvez o possam. Uns alemães, uns judeus. Uns brasileiros.
Já eu, o querido-leitor, pego minha estrada.
Um beijo!
Nossa!!!
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